13.10.06

here i´m alive.

E em meio a todos aqueles gritos triturados ela pegou a mordaça e escondeu sua boca, calou a sua boca. Todas as cores lhe falavam mudo, um mudo que berra, que explode, que cala tudo ao seu redor com a sutileza maior que lhe é permitida. Não havia mais porque procurar todo sentido que um dia acreditou existir, ela dançava. Todo aquele ambiente se impregnava naquele corpo, nos cabelos, na face, estranha face. Ela se bastava, se bastava naquela escuridão e naquele vazio que a embalavam. O seu estado de mulher mais puro lhe perguntava o que era ser de verdade. Qual o gosto da verdade?! Qual a felicidade e qual a dor da felicidade? Ela não sabia, ninguém sabia, ninguém sabe. Aquela verdade que consome, engole e que se diz viva e palpável quando na verdade é somente mais um sonho ou nem um sonho. Ela não sabia, nunca quis saber e acha melhor continuar assim. E naquele som que a embalava ela sentia mãos descobrindo seu corpo, mãos invadiam aquele corpo que durante a música também se descobria. A paz. Toda aquela paz que ardia. Aquela paz ia percorrendo todo o seu corpo. Ela começou a rir. Talvez sim, merecesse ser feliz.

l> idioteque - radiohead
embalada

Um comentário:

paula r. disse...

não é talvez; merece sim ser feliz. e o tempo todo.