30.11.09

última folha do caderno.

eu insisto, mas não deixo de me sentir ridícula.. me dói te enxergar desse jeito, dói muito e eu tento engolir essa dor chata, fresca, que me humilha... é quando te toco e não te sinto, quando parece cinza, sem graça, sem motivo, errado... tento ver motivos para não me sentir assim, mas tá lá na minha cara.


porque às vezes tudo parece que é só uma grande perda de tempo.


e eu insisto, mas...


anna - 02/07/78

26.11.09

uma gota. já havia perdido a conta, não era ele, nem ela, ninguém. Marcos ou Marcus? Nunca achou que uma letra fizesse diferença. Caminhava por entre rostos, corpos, vidas e não se dava conta de nada. Um vazio, grande, espaçoso, intenso, imenso. Talvez ficasse preocupado demais em desenvolver teorias e verdades instântaneas.

Ricardo,

quantos anos você tem? Ontem pensei em te tirar um pedaço, arrancar com os dentes. Ouviu minha respiração na secretária eletrônica? Então, era aquilo. Não sei se me entrego a esse amor, vivo muitos amores, muitas cartas, palavras, danças e rimas. Não sei se você me merece inteira, doada, entregue. Eu gosto de vida com vida, tesão com paz, cantigas de ninar. Não sei se espero alguma coisa de você. Eu não amo ninguém. Arrogante? Pois é, mas não amo mesmo. Eu já vivi muitas alegrias, momentos que imaginei que nunca iam acabar dentro de mim, mas... morreram. Todos morreram e não paguei enterro algum. Você me acha confusa, às vezes meio vazia, bobinha, eu sei. Mas você me ama.


Ricardo, jornalista, 34 anos, moreno europeu, tinha uma pinta perto do nariz e mais outras várias espalhadas pelo corpo, andava pelas ruas olhando para os lados e diversas vezes teve que se desviar dos postes para não trombar e cair, gostava de acordar cedo e de dormir do lado direito da cama, não tinha cachorros, nem plantas, pois não lhe agradava a idéia de ter alguém dependente dele neste mundo, quando caía na infância sempre apoiava primeiro a mão direita no chão, apontava os lápis só com apontador azul, Ricardo era bonito, tinha gosto de cheirobom indefinido, usava meias amarelas até o joelho, mas por debaixo das calças, pois queria engrossar a panturrilha; Ricardo amava Anna, mas não queria morrer.

15.11.09

interpretação

rabisco sem censura

rabiscos em censura

14.11.09

Sobre coisas

"_Prefiro não reler aquele email", pensou Anna.

Porque, às vezes, coisas pequenas eram grandes demais.