23.12.08

em um dia de dezembro.

marcos era ávido por amor, amores. e aquela doce mulher menina que, finalmente, apareceu depois de tanto querer era o amor, amores que ele sonhou pra si. dançaram a noite toda, se enroscaram, trocavam passos como se há muito tivessem ensaiado. marcos era tímido, mas até isso havia se esquecido. o nome dela? anna. anna era a que tinha as pernas mais bonitas, mesmo que ele as visse somente através das fugas do vestido, a que tinha o sorriso mais largo e os olhos mais expressivos. mas ela teve que se retirar, já estava tarde e depois de um pedido de marcos anotou seu telefone em um pedaço de papel. ah! era o tesouro que de mais belo ele tinha, não poderia perder.
alguns minutos depois de anna, marcos também partiu. foi cantando todas as músicas das quais não sabia a letra durante o caminho, dava saltos e rodopiava... se pegou gritanto o nome dela em uma tentativa estúpida de se fazer ouvido e depois dava gargalhadas tal era a felicidade.

acordou no dia seguinte e hesitou em telefonar tão cedo, deixou passar as horas até que foi atrás de seu papel. 2898-151.. não conseguia decifrar o último número, mas foi tentar. Tentou vários e vários e não conseguiu, sentiu uma tristeza muito grande se repousando sobre ele e decidiu sair em busca de algum rastro daquela linda mulher menina.

foi em todos os lugares onde, supostamente, poderia ter notícias dela, mas alguns estavam fechados e em outros não estavam mais ocupados por conhecidos. e assim se passaram semanas, meses e marcos continua vagando em busca da fita de cabelo, do cheiro de anna.
e nada.

enquanto isso ela permanecia olhando pela janela todas as manhãs na esperança de encontrá-lo passando por ali e atendia rapidamente a todos os telefonemas acreditando ser ele.

e nada.



**dedicado para uma amiga minha.

22.12.08

city.

Daqueles dias que por mais que levantasse cedo com disposição de correr e depois tomar o café da manhã mais saudável do planeta... sentia que algo o incomodava. Uma espécie de angústia que tampava a garganta e causava uma náusea difícil de administrar. Fechava os olhos e só conseguia ver aqueles seios em sua frente, nada mais. Como era bela... cada gesto, cada sorriso, cada olhar. Era estranho, mas sentia que aquilo deixaria de ser seu, apesar de tanto envolvimento, tanto carinho, tanta intimidade.

Era amor, ele sabia.