29.7.06

Quero dizer, nesses casais de “Detetive”

Por exemplo, no filme, eu achei que todos esses
pequenos diálogos em momentos um pouco surrealistas...

... envolvendo todos estes grupos,
essas famílias, como você diz...

...esses diferentes grupos de pessoas....

... tudo que estava lá para mostrar o que
há de errado no mundo...

... de uma forma que não nos permite
estar em paz com o mundo... com as coisas...

Aí, então, efetivamente, você demonstra uma força
e um rigor inigualáveis...

- Espere, me deixe terminar!
- Mas não foi feito para isso....

Mas depois, quando você chega
de repente a esta outra dimensão...

... e tenta mostrar que, ali também,
as coisas não vão muito bem....

.... mas que ainda há uma esperança,
há uma saída possível....

...especialmente na relação de amor
entre um homem e uma mulher...

... ali, então, de repente....

... a coisa toda fica mais tímida,
mais retraída...

Eu diria que...não...

....se eu fosse o acusado defendendo meu caso...

... por que há pessoas que poderiam
mostrar aquilo...

... e que, por suas próprias razões,
com as quais procuram estar em contato...

... não o fazem.
Você, em particular...

Me parece que...

...poderia mostrar...

...uma idéia de cinema diferente da minha.
Mas eu... eu não consigo.

Bom, então eu diria:
“Certo, façamos os trovadores....”

Mas depois, de repente há um diálogo amoroso
entre o cavaleiro e a castelã...

... e então...não se pode simplesmente escrever...

...não se pode começar a escrever do nada
uma outra “Princesse de Clèves”...

Mas na “Princesse de Clèves” não tem...
...malabaristas....

Você às vezes tem a impressão de que...

... de que o cinema é uma arte, uma instiuição,
enfim, uma série de outras coisas ao mesmo tempo...

... à qual se deve um certo respeito,
quando você trabalha? Ou não?

Por que eu tenho a impressão que isso
me incomoda muito no meu trabalho...

E acho que depois que eu conseguir me livrar
dessa idéia ridícula...

Eu poderia trabalhar mais facilmente...
Fazer um plano, depois outro...

Que idéia ridícula?

Essa idéia de que o cinema é algo a ser respeitado.
Que não se pode fazer qualquer coisa...

Eu sei que há aspectos técnicos necessários,
como acender uma luz, etc, mas...

Bom, acho que não te entendo muito bem...
...me conhecendo, e na minha frente...

...que você ainda possa pensar isso...

Se tem alguma coisa a respeitar...

Não sei...

Eu acho que... a arte...
é sair de si mesmo...

e acho que se fazemos um filho...
é uma maneira de...

E, hoje, mesmo um foguete...

Do nada, esta noite, eu tive essa idéia...
não sei se hoje há mães de adoção...

Mães que não fazem seus filhos elas mesmas,
ou então fazem clones...

Então, o que é um foguete?

Você vê um globo, e um foguete
que sai dele.

Uma criança que sai, digamos,
do ventre terreste...

A partir do momento que os seres
humanos se fizerem projetar ao espaço...

....então, as pessoas na terra não
farão mais filhos....

Ou então farão cópias, como...

Como os cristais...

Mas os humanos e os cristais são diferentes.
Tem uma variedade imensa de humanos...

Enquanto os cristais se repetem...
...e eles são perfeitos...

Se você olhar, os cristais de hoje são iguais
aos de centenas de milhares de anos atrás...

Nenhum comentário: