Ele se conservou em sua pureza –
Nem forma, nem conteúdo...
E eu tenho a impressão que hoje o cinema
é uma forma mais interessante que outras, mas...
É evidente que seu poder foi usurpado...
E o usurpador foi a televisão...
...é como eu vejo...
E com a aceitação de cúmplices...
que somos nós mesmos...
Outros, outros nós mesmos...
mas houve um usurpador...
O que faz com que... quando eu vejo
a TV francesa, hoje, eu sei exatamente
como se sentiu a Resistência Francesa
durante a ocupação alemã...
ou os colaboradores...
Então, respeitar o cinema, sim,
porque sou eu, porque é uma imagem de mim...
e pra mim é a única maneira
de me conhecer e de me transformar...
de poder escutar o que os outros pensam
de mim e de poder fazer existir o outro...
Senão, há uma relação muito direta...
Nós nos afastamos...
Nos afastamos do tema?
Enfim, do tema que você queria falar...
Do tema que diz “eu”, do sujeito, ou do tema em si?
Minha idéia é que o tema
é aquele que diz “eu”, o sujeito...
Quando ele diz “eu”...
Para dizer “eu”, ele faz
como no seu filme...
Era a menina que fazia
um ângulo assim?
Quando dizemos “sim”,
o ângulo se abre dessa forma
E quando dizemos “não”,
a boca fecha o ângulo...
E eles vão juntos... o “não” e o “sim”...
E o “sim”, consiste em abrir a boca....
e o “não” em fechá-la...
Quando dizemos “eu”, vemos bem que...
pra mim o sujeito é, ao mesmo tempo...
Podemos ver que o “eu” é projetado, digamos,
em direção ao outro, ou ao mundo...
Enfim, o cinema mostra isso muito bem...
mais que outras formas...
A pintura, o romance, a música,
se projetam no espaço ou no tempo...
Mas o cinema se projeta numa forma de
representação visual que as pessoas reconhecem...
Então o “eu” era projetado, expandido,
e podia se perder...
Mas a idéia podia ser reencontrada...
Havia uma espécie de metáfora...
A televisão, pelo contrário, não
pode projetar nada mais que um “nós”
E então não sabemos mais onde está o sujeito...
No cinema, ou na idéia da tela grande...
como na caverna de Platão - há a idéiade projeto, de projeção...
29.7.06
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