14.12.09
Her heaven is never enough
11.12.09
8.12.09
hábêcêdê
30.11.09
última folha do caderno.
26.11.09
15.11.09
14.11.09
Sobre coisas
Porque, às vezes, coisas pequenas eram grandes demais.
24.8.09
thais
anna passava dias chorando trancada no quarto, precisava de instantes de exílio.
teresa era doce, forte e tinha as unhas enormes.
18.8.09
poeiras
17.8.09
para você.
texto este que levo pra minha vida. toda.
15.8.09
a carta
sinto sua falta,
anna.
27.7.09
anna
5.7.09
cortázar, julio. o jogo da amarelinha. pág. 227, cap33.
20.5.09
Novamente
"_A vida é sempre e mais alguma coisa novamente", pensou.
Porque foi assim, assim vai ser. Laura sabia da doçura caramelada que envolvia e embaralhava seus cabelos, sabia dos sonhos que a embalavam enquanto ela descia a rua da sua casa sentindo o vento frio bater no rosto. Laura sabia de tanta coisa e de tanta coisa não sabia.
Porque ele se apaixonaria novamente.
Laura tinha a pele delicada e qualquer coisinha a machucava. Laura tinha o coração delicado e qualquer coisinha o machucava... também.
Mas enquanto pessoas botões de rosa lhe acariciavam ela sentia que talvez o melhor fosse nunca se esquecer de ser inocente. Às vezes ela se engasgava, os olhos se enchiam de lágrimas e esconder debaixo da cama parecia ser mais prudente. Enquanto isso seu coração lhe pedia para não sofrer novamente, escondido atrás da porta, implorando.
No entanto em uma fração de segundo aquela imagem de mulher forte lhe fazia pensar que talvez o amor pudesse ficar pra sempre em algum lugar, em algum canto....
mesmo que ela e ele se apaixonassem novamente.
19.5.09
#33
CINEMA E VÍDEO
Resnais
Marcando a abertura do Cineclube França, que compõe o circuito de programações do Ano França Brasil, o Cine Humberto Mauro apresenta o Ciclo Alain Resnais, com obras fundamentais deste que é um dos maiores cineastas do século XX. No dia 23, o filme “Hiroshima, Meu Amor” será comentado pelo pesquisador Cristian Borges (Doutor em Cinema pela Universidade Paris III).
Videocidades
O Imagem Pensamento apresenta a mostra Videocidades que trata de diversas formas de se relacionar com o espaço urbano por meio de imagens. O evento acontece nesse sábado, dia 16, às 20 h, no Cine Humberto Mauro.
Resistência e Criatividade
O espaço Ystilingue promove durante todo o mês de maio a mostra de vídeos “Resistência e Criatividade”. O evento acontece às quartas, às 19h, e sextas, às 15h. Acompanhe a programação no site http://ystilingue.wikispaces.
Lynch no Baile
A mostra que acontece na Casa do Baile, na Pampulha, recebe este mês obras do diretor David Lynch. Filmes como “Veludo Azul”, “O Homem Elefante”, “Coração Selvagem”, “Cidade dos Sonhos”, e “História Real” estão na programação da mostra “Filme no Baile”.
Relação
O Usina Unibanco de Cinema exibe até 21 de maio a programação "Relação" no Curta Petrobrás às Seis com os filmes “A Vida ao Lado”, de Gustavo Galvão, “Páginas de Menina”, de Monica Palazzo e “Beijo de Sal”, de Fellipe Gamarano.
Usina Digital
Na semana de 22 a 28 de maio, o Cineclube Unibanco Savassi vai apresentar a 1ª Mostra Usina Digital. Nela serão exibidos novamente os filmes lançados em 2008 pela distribuidora Usina Digital. Entres as obras, estão "Fronteira", de Rafael Conde, "Andarilho", de Cao Guimarães e "5 Frações de Uma Quase História", com direção coletiva.
ARTE
Impressões visuais
A Exposição Impressões visuais – 50 anos da Comissão Fulbright no Brasil propõe uma comparação entre imagens da fotografia brasileira e norte-americana, publicadas em jornais e revistas de circulação nacional dos dois países. As imagens da mostraestão organizadas em seis eixos temáticos: Herança, Política, Esportes, Cidadania, Cultura e Meio Ambiente.
Performance
Um espaço aberto para a performance, o MIP2 é um evento organizado pelo CEIA – Centro de Experimentação e Informação de Arte – e está com as inscrições abertas até o dia 4 de junho. A programação inclui workshops, palestras e apresentações com a participação de mais de 30 artistas de vários países. Para saber mais e se inscrever acesse www.ceia.art.br/mip.
REDE
Discursos Fotográficos
A Revista Discursos Fotográficos que publica trabalhos voltados para a área de comunicação visual (fotografia, televisão, cinema, semiótica, design, produção gráfica, antropologia visual e outros) agora está disponível para consulta no site http://www.uel.br/revistas/
Intermediarte
Uma ótima fonte de consulta para quem quer saber sobre eventos, editais, oportunidades profissionais e instituições na área audiovisual: http://www.intermediarte.org/
FESTIVAIS E EDITAIS
Finlândia
O Festival de Cinema Latino-americano e Caribenho e a II Mostra de Cinema Infantil e Jovem, acontecem na Finlândia, em outubro. Podem participar do festival curtas e longas metragens de ficção, documentário e animação realizados por diretores, estudantes de cinema, jovens, criançase diferentes associações latino-americanas e caribenhas. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de maio. Informações: http://www.cinemaissi.org/
Jornalismo Universitário
A rede de jornalismo CNN International, com apóio do Canal Futura, está promovendo a quarta edição do "Concurso Universitário de Jornalismo CNN", destinada a estudantes de jornalismo de todo o país. Este ano, o tema abordado será "A sociedade por meio da arte". Para concorrer os universitários devem produzir um vídeo de até dois minutos. Saiba mais sobre o regulamento do concurso no site
http://www.concursocnn.com.br/
Vídeos de celular
A CNN criou também um concurso internacional para vídeos gravados com câmeras de telefones móveis. O "Screening Room Mobile Phone Movie Competition" está aberto para inscrições até o dia 25 de maio. Veja no site
http://www.cnn.com/2009/
DOCs em português
Inscrições abertas até 21 de maio para o concurso de seleção de projetos do I programa de fomento à produção e teledifusão de documentário dos países de língua portuguesa, o DOCTV CPLP. O evento busca sistematizar ações entre as emissoras públicas do Brasil, Timor Leste, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Cabo Verde, Portugal e Macau). Inscrições no site do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) www.ica-ip.pt
Putz!
Criado a partir da iniciativa de alunos da UFPR, o Festival Universitário de Cinema e Vídeo de Curitiba tem como objetivo incentivar todo tipo de produção audiovisual universitária, com a exibição de vídeos, palestras e encontros entre estudantes, produtores e profissionais da área.
Inscreva-se, gratuitamente, no 6º Putz, até o dia 15 de maio,
no site http://www.putz.ufpr.br/
E...
Figurinos
O Galpão Cine Horto criou o Núcleo de Pesquisa em Figurino cujo objetivo é definir linhas de estudo para o desenvolvimento de figurinos para as artes cênicas, a partir da relação entre moda e contextos sócio-culturais. Dentro desse programa, serão realizadas palestras com entrada franca. O evento acontece sempre de 19h às 22h, na Sala de Cinema do Galpão Cine Horto. Confira a programação no site http://www.galpaocinehorto.
6.5.09
spaghetti a pizzaiolo
e a doce brisa lhe conta no pé do ouvido que sim, a vida é bonita.
5.5.09
28.4.09
Manifesto sobre as Mídias Locativas
Professor Associado da Faculdade de Comunicação da UFBa.
http://andrelemos.info
Para Bernardo, que já busca o seu lugar no mundo.
Mídia – Todo artefato e processo que permite superar constrangimentos infocomunicacionais do espaço e do tempo. Mídias produzem espacialização, ação social sobre um espaço. Mídias produzem lugares.
Locativo – Categoria gramatical que exprime lugar, como “em” ou “ao lado de”, indicando a localização final ou o momento de uma ação.
Mídia Locativa. Tecnologias e serviços baseados em localização (LBT e LBS) cujos sistemas infocomunicacionais são atentos e reagem ao contexto. Ação comunicacional onde informações digitais são processadas por pessoas, objetos e lugares através de dispositivos eletrônicos, sensores e redes sem fio. Dimensão atual da cibercultura constituindo a era do “ciberespaço vazando para o mundo real” (Russel, 1999), a era da “internet das coisas”.
1. Crie situações para perder-se. O medo de perder-se é correlato ao medo de encontrar. Mas perdendo-se, encontra-se. A desorientação é uma forma de apropriação do espaço! Tudo localizar, mapear, indexar é uma morte simbólica: o medo do imponderável, do encontro com o acaso: evitar uma dimensão vital da existência. “Perder-se é um achar-se perigoso”, como diz Clarice Lispector.
2. Erros, falhas, esquecimentos de localizações e de movimentações são as únicas possibilidades de salvação da hiperracionalização atual do espaço. Só uma apropriação tática dos dispositivos, sensores e redes poderá produzir novos sentidos dos lugares. Desconfie de sua posição e de seu status de nômade. Quando sua operadora diz, “você é nômade”, desconfie. Mas saiba que o nomadismo é um traço essencial da aventura humana na terra!
3. Tudo é locativo: aprendemos, amamos, socializamos, jogamos, brigamos, festejamos, trabalhamos..., sempre de forma locativa. Não há nada fora do tempo ou do ESPAÇO. E o espaço social é o LUGAR. Em tudo, o lugar é o que importa.
4. Lugar é composto por fluxos de diversas territorializações. Ele é sempre dinâmico e, ao mesmo tempo, enraizado. Lugar é vínculo social. Lugar é fluxo de emoções, é topos, é memória e cristalização de sentimentos. Lugar não é fixação mas interrelação. Com as mídias locativas, o lugar deve ser visto como fluxo de diversas territorializações (sociocultural, imaginária, simbólica) + bancos de dados informacionais. Espaços visíveis marcados por fluxos invisíveis de informação circulando por redes invisíveis.
5. Hoje é impossível pensar os lugares sem os territórios informacionais. Mas lugares persistem sem nenhuma informatização. Não esqueça destes lugares. Pense nos contextos independentes de qualquer tecnologia.
6. Estamos na era da computação ubíqua e pervasive (Weiser), ou seja da informática em todos os lugares e em todas as coisas. Mas não há tecnologias sensíveis e nenhuma delas está atenta a contextos! Elas estão em tudo e em todos os lugares, mas não sabem o que é um contexto e nem tem capacidades de sentir o local.
7. Depois do upload para a Matrix lá em cima, a internet 1.0, agora é a vez do "download do ciberespaço", da informação nas coisas aqui em baixo, a internet 2.0. Não se trata mais do virtual lá em cima, mas do que fazer com toda essa informação das coisas e dos lugares aqui de baixo! Como nos relacionamos com as coisas e com os lugares? E agora, com essas coisas e lugares dotados de informação digital e conexão à internet? Convocamos Heidegger e Lefevbre?
8. Recuse os LBS e LBT que te colocam apenas na posição de mais um consumidor massivo. Busque produzir informação localizada que faça sentido aqui e agora. Esse é o único meio de construir lugares sociais com essa tecnologias de localização e mobilidade. Reivindique das mídias locativas as funções pós-massivas. A publicidade, o marketing e as operadoras te querem apenas como receptor passivo, massivo, embora supostamente livre, móvel e sem fronteiras. Eles te querem controlado, ativo mas consumindo, receptor pensando que está emitindo. Agir é mais. Reaja à isso.
9. Saiba que as mídias de localização não são novas. Toda mídia é, ao mesmo tempo, local e global. Preste atenção às mídias locativas analógicas que estão entre nós, pense nas anotações urbanas como os graffitis, stickers, bilhetes ou notas, preste atenção às marcas nas ruas, aos índices a sua volta, ao jornalismo local e agora hiperlocal. Aja como um detetive buscando solucionar os mistérios do espaço urbano! Busque o uso crítico dos dispositivos locativos. Lembre-se que o termo “mídia locativa” foi criado por artistas e ativistas para questionar a massificação dos LBS e LBT.
10. Use, divulgue e estimule o desenvolvimento de protocolos não-proprietários, de softwares colaborativos e de fonte aberta, de sistemas operacionais livres e participativos. A sua liberdade no mundo das mídias locativas é diretamente proporcional ao desenvolvimento da computação móvel aberta. Assim como na era do ciberespaço “lá em cima”, bem como na era da internet pingando nas coisas, lute contra o fechamento dos dispositivos, dos sistemas, dos softwares e dos contratos, como os que vigoram no atual sistema de telefonia móvel mundial. Busque, use e distribua jailbreak para todos os sistemas da mobilidade e da localização!
11. Pense que o único interesse do uso das mídias locativas é produzir sentido nos lugares. Se isso não acontece, desligue ou crie um uso que desconstrua o aparelho. Você não precisa ser preciso, você não precisa estar localizado o tempo todo, você não precisa ser sempre racional, um homo-economicus total para viver o local! Se os dispositivos ajudam, use-o, senão, desvie os usos (hacking) e, se não der mesmo assim, abandone!
12. Ache um equilíbrio entre o clique generalizado no mundo da informação e a contemplação ociosa. Desconecte e reconecte os seus dispositivos, sempre, diariamente, permanentemente. Pare, feche os olhos, abra os ouvidos e desloque-se apenas pelo pensamento, essa desterritorialização absoluta (Deleuze).
13. A questão da localização nem sempre está ligada ao espaço e ao movimento, mas ao tempo. Pense assim na duração, na viscosidade das coisas, na imobilidade, no tempo estendido. Saiba que nunca há “tempo perdido” e é impossível “matar o tempo”.
14. Independente de qualquer smartphone ou GPS, o que importa é que você já sabe onde está: "você está aqui" e "agora". Inverta a máxima de Walter Benjamin (1927) que afirmava que os “lugares foram reduzidos a pontos coloridos em um mapa”. Faça com que este pontos sejam efetivamente lugares.
15. Lute para que marcas, indicando nos mapas o que está perto de você, não evitem o seu encontro com o inusitado nem com o outro. Não se preocupe se não souber o que há por perto. Tenha consciência que, de qualquer forma, você sempre encontrará o caminho para os lugares que procura. Simples: peça informação, pergunte, procure indícios, encare o espaço como algo a ser desbravado, localmente, em contato com o mundo ao seu redor.
16. Pense nos cruzamentos, nas esquinas, nas diferenças de posicionamento; pense nas conexões, nas distâncias e nas aproximações; pense no audível e no inaudível, no visível e no invisível, no fixo e no mutável. Pense nos lugares como parte da sua existência, permanentemente em construção. Pense que você só é estando locativamente.
17. Dê sentido ao seu lugar no mundo, social, cultural e politicamente. As mídias locativas podem, através de anotações, de mapeamentos, de redes sociais móveis, de mobilizações políticas ou hedonistas e de jogos de rua, ajudar nesse processo. Mas tudo é potência e resta ainda o trabalho difícil, penoso, lento, de atualização.
18. Pense nos bairros, nos cruzamentos, nos caminhos, nos pontos históricos, nas bordas (Lynch). Sempre se pergunte como as mídias locativas podem agir em cada uma dessas dimensões: Como criar comunidade e agir politicamente (bairro)?, como proporcionar encontros (cruzamentos)?, como abrir novas veredas (caminhos)?, como criar novos marcos (pontos)?, como tensionar as fronteiras (bordas) com essas tecnologias?
19. Toda mobilidade pressupõe imobilidade e não existe e não existirá um mundo sem fronteiras. Fronteira é controle e controle pode ser liberdade. A imobilidade é uma condição da mobilidade e vice-versa. Só podemos pensar uma em relação à outra. Devemos mesmo estar imóveis para pensar a mobilidade e em movimento para pensar a inércia. Defina as suas fronteiras, tenha autonomia no controle de suas bordas, pare para se locomover e locomova-se para parar.
20. “Des-locar” não é acabar com o lugar, mas colocá-lo em perspectiva. Desloque-se e aproprie-se do urbano, escreva seu espaço com texto, imagens e sons, reúna pessoas, jogue, ocupe o espaço lá fora. As mídias locativas permitem isso. Mas se não conseguir fazer nada disso, então pense no uso e no porquê dessas tecnologias.
21. Mapas são sempre psicocartografias, nunca são neutros. Instrumentos técnicos, mnemônicos e comunicacionais, os mapas, incluindo aí os “Google Earth”, “Maps”, “Street”, e seus similares, são sempre expressões de visões tendenciosas do mundo. Eles sempre refletem estruturas de poder e servem como instrumentos para estender um domínio geopolítico. Pense na “miopia” dos mapas digitais. Compare os detalhes de Tóquio e de cidades da África nos mapas digitais para ter uma idéia dessa invisibilidade.
22. Saiba que todo mapa é uma mídia e que todo mapeamento é uma ação de comunicação, com mensagem, emissor, canal e receptor. Mapear é escrever e ler o espaço. Mapear é sempre um discurso sobre o espaço e o tempo. Mapas, como as mídias, são sempre formas de visualização, de conhecimento e de produção da realidade do mundo externo. Busque, como Borges no “Del Rigor de la Ciência”, criar mapas que sejam novos territórios na escala 1 x 1.
23. Construa mapas que desconstruam visões de mundo. Produza mapas do que não é mapeado em seu entorno, do que é invisível aos olhos bem abertos. Escape do cartesianismo, do racionalismo e das coordenadas geoespaciais. Tente usar as mídias locativas para descentralizar o poder de construção de mapas e de sentido sobre os lugares. Como diz Meyrowitz: “toda mídia é um GPS mental";
24. Não abuse das redes sociais móveis: encontrar amigos e conhecidos ao acaso pode ser mais interessante do que o tudo programado. A surpresa pode ser um ingrediente para grandes encontros. Mas pense também nas novas formas de voyeurismo, de controle, de monitoramento e de vigilância de amigos, familiares, empregados e empregadores.
25. Você é um ponto em roaming nos diversos sistemas (GPS, redes de telefonia celular, etiquetas RFID, redes Wi-Fi ou bluetooth...). Saiba que novos tipos de controle, monitoramento e vigilância (sutis, transparentes e locativos) estão cada dia mais presentes em tudo o que você faz, desde ligar o celular, acessar uma rede sem fio em um café, atualizar em mobilidade sua rede social, usar o caixa do banco, circular com uma etiqueta RFID em sua camisa ou pagar um pedágio automaticamente ao passar com o seu carro. Pense que não são apenas as câmeras de vigilância que estão te olhando!
26. Na atual fase da computação ubíqua e da internet das coisas, há os dados fornecidos, os “data”, mas há também aqueles que não são “dados”, mas captados à sua revelia e, as vezes, sem o seu conhecimento, os “capta” (Kapadia, et al.). Pense neles, nos “data” que você fornece e nos “capta” que te são roubados! Lute para proteger (agenciar) os novos territórios informacionais de onde emanam os invisíveis “data” e “capta”. Controle e defenda a sua privacidade e o seu anonimato, fundamento e garantia das democracias modernas. Crie, se for preciso, sistemas de contravigilância: sousveillance (Mann) contra a surveillance. No limite, forneça informações imprecisas ou desligue e torne-se invisível.
27. Não há apenas o panopticom do confinamento disciplinar de Foucault, mas o “controlato”, a modulação, a cifra e o “dividual” de Deleuze. As paredes não vedam mais nada. Os presos atacam da prisão. Para Pascal, o problema do homem é que ele não consegue ficar sozinho no seu quarto. Com as camadas informacionais, o que significa e qual a eficiência informacional de mandar alguém ficar de castigo, sozinho, no seu quarto?
28. Não há uso, distribuição, produção ou consumo neutro de informação e ou de tecnologias. Pense em como as mídias locativas podem te ajudar a criar e destruir seus territórios. Quais os limites dos seus territórios? Pense em maneiras criativas de contar histórias, de fazer política, de jogar e de se divertir. Essas tecnologias podem te ajudar a escrever e demarcar eletronicamente o seu espaço circundante, mas busque novas significações, novas memórias dos lugares, reforçar os vínculos sociais e o imaginário coletivo.
29. Comprometa-se em reverter a lógica dos olhares vigilantes, em produzir sons para ouvidos atentos, em criar imagens do passado atreladas ao presente. As mídias locativas só têm importância se ajudarem a produzir conteúdo que faça sentido para você e para o lugar onde vive. Não use passivamente nenhuma mídia, especialmente essas que agem sobre a sua mobilidade e localização no mundo!
30. Pense no uso da técnica (ela não é neutra), na comunicação como aproximação ao lugar e ao outro (ela não é impossível, mas improvável - Luhmann) e no seu lugar no planeta (ele é parte da sua existência). A pergunta deve ser: as mídias locativas te ajudam a encontrar o teu lugar no mundo?
23.4.09
Que livro vc é?
"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade
"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.
18.4.09
# 32
Cinema e Vídeo
Persistência do experimental
Nesse sábado dia 18, o projeto Imagem-Pensamento traz seis vídeos do premiado realizador paulista Carlos Adriano. Seus filmes nada convencionais oscilam entre a admiração pelo tema proposto e o fascínio pelo próprio aparato cinematográfico. A obra de Carlos Adriano mostra uma opção rara e convicta pela dimensão experimental do cinema. Toda a mostra será realizada em película.
Poloneses
Outra oportunidade rara: o Cine Humberto Mauro apresenta a mostra 100 Anos da Cinematografia Polonesa. Em comemoração ao centenário da indústria cinematográfica na Polônia, o evento acontece do dia 13 de abril a 3 de maio, com a exibição de 14 longas produzidos entre 1929 e 2008.
Moran
O Cineclube Curta-Circuito exibe, no dia 20 de abril, a programação de Panoramas com cinco curtas de Patrícia Moran. A artista transita entre suportes e gêneros diversos e seus trabalhos trazem uma visão política e poética da realidade. O Curta-Circuito acontece no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes.
Arte
Marco Paulo Rolla
O blog www.marcopaulorolla.blogspot.
Dança na rodoviária
A Cia. de Dança do Palácio das Artes apresenta três espetáculos, no dia 17 de abril, no Terminal Rodoviário de Belo Horizonte. O evento faz parte do projeto Plataforma da Arte, que ocupa o terminal com espetáculos de dança.
15h – Espaço para a Dança
16h – Plug-in + O Abraço
Rede
Mundo-Lego
O engenheiro de softwares e apaixonado por Lego, Mike Balakov, resolveu recriar algumas das imagens que marcaram o mundo usando justamente estes pequenos blocos. O resultado está no seu flickr www.flickr.com/photos/balakov/
Caseiros
A revista digital de cinema documentário Doc On-line publicou sua 5ª edição que tem com tema "Filmes caseiros e filmes para a Internet". A revista divulga as linhas de pesquisa mais relevantes no vasto campo do cinema documentário.
Life on-line
A revista americana Life disponibiliza um banco de imagens desde 1750 até os dias atuais. São imagens históricas e em sua maioria inéditas. Visite o site httpimages.google.com/hosted/
Artforum
Uma das mais conceituadas revistas de arte do mundo, a Artforum, possui uma versão on-line com vídeos, entrevistas, performances e informações sobre museus e galerias de arte no mundo todo. Visite o site http://artforum.com
Autofagia
A Revista Autofagia é um projeto que conta com colaboradores de diversos estados brasileiros e de diferentes áreas de atuação como fotografia, artes gráficas, música, poesia, jornalismo e performance. Conheça os dois primeiros números, disponíveis para download no site http://saborgraxa.wordpress.
Editais
Kabun!
A OI Kabum! Escola de Arte e Tecnologia e a Associação Imagem Comunitária (AIC) abrem seleção de arte-educadores para atuarem na unidade de BH. A escola, um projeto do Instituto Oi Futuro, é um programa de inclusão social que forma jovens de grandes centros urbanos brasileiros para o uso de linguagens multimídia. As vagas são nas áreas de vídeo, design gráfico, fotografia, webdesign, computação gráfica, design sonoro, história da arte e desenvolvimento pessoal e social.
As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de abril, exclusivamente via internet. http://www.oifuturo.org.br/
Mobilfest
O IV Mobilefest 2009 – Festival Internacional de Arte e Criatividade Móvel – acontece entre os dias 17 e 28 de setembro de 2009, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. O tema do evento é “Como a tecnologia móvel pode contribuir para a democracia, cultura, arte, ecologia, paz, educação, saúde, e o terceiro setor?”
As inscrições devem ser enviadas até 15 de junho. Mais informações no site www.mobilefest.org
Imagem e texto
A VII Mostra Minas, que ocorrerá em junho de 2009 no Palácio das Artes, recebe inscrições até o dia 17 de abril. A mostra difunde e debate a produção audiovisual mineira contemporânea, a partir das relações entre audiovisual e literatura. Para informações acesse: www.letras.ufmg.br/
E...
Cibercomunismo
Um importante ativista da informação livre, Richard Barbrook lança seu livro “Futuros imaginários" no dia 29 de abril, às 9h, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O livro foi disponibilizado na internet, seguindo as normas da Creative Commons. Vale o download.
http://www.trezentos.blog.br/?
Rumos
Ciclo de palestras com as pesquisadoras Suely Rolnik e Consuelo Linsdo e com o cineasta Joel Pizzini no Instituto Itaú Cultural. A programação é parte do lançamento dos editais do Rumos (Arte Cibernética, Cinema e Vídeo, Dança e Jornalismo Cultural). As palestras acontecem no Museu Inimá de Paula, à Rua da Bahia 1.201.
22 de abril
19h - Palestra sobre processos de criação, com Suely Rolnik
19h - Palestras O Real Imaginado: O Documentário de Criação, com Joel Pizzini, e Processos de Criação no Documentário, com Consuelo Lins
15.4.09
14.4.09
13.4.09
Fitter Happier
comfortable,
not drinking too much,
regular exercise at the gym
(3 days a week),
getting on better with your associate employee contemporaries,
at ease,
eating well
(no more microwave dinners and saturated fats),
a patient better driver,
a safer car
(baby smiling in back seat),
sleeping well
(no bad dreams),
no paranoia,
careful to all animals
(never washing spiders down the plughole),
keep in contact with old friends
(enjoy a drink now and then),
will frequently check credit at (moral) bank (hole in the wall),
favors for favors,
fond but not in love,
charity standing orders,
on Sundays ring road supermarket
(no killing moths or putting boiling water on the ants),
car wash
(also on Sundays),
no longer afraid of the dark or midday shadows
nothing so ridiculously teenage and desperate,
nothing so childish - at a better pace,
slower and more calculated,
no chance of escape,
now self-employed,
concerned (but powerless),
an empowered and informed member of society
(pragmatism not idealism),
will not cry in public,
less chance of illness,
tires that grip in the wet
(shot of baby strapped in back seat),
a good memory,
still cries at a good film,
still kisses with saliva,
no longer empty and frantic like a cat tied to a stick,
that's driven into frozen winter shit
(the ability to laugh at weakness),
calm,
fitter,
healthier and more productive
a pig in a cage on antibiotics.
8.4.09
6.4.09
sobre a turnê.
Daqui.
3.4.09
2.4.09
1.4.09
(Multishow HD) Radiohead - Fake Plastic Trees
começou a vazar o show inteiro. jesus escutou minhas preces.
30.3.09
For a minute there, I lost myself, I lost myself
gostava de esquecer quem ela era, nem que fosse por um minuto.
28.3.09
Jamais by Clyfford Still
Like the examples of William Baziotes, Robert Motherwell, and Mark Rothko in the Peggy Guggenheim Collection, Jamais dates from the formative, exploratory period of Abstract Expressionism. Although the influence of Surrealism pervaded the work of these artists in the early forties, they were moving toward distinctive independent styles.
Until 1946–47 the single upright figure dominated Clyfford Still’s painting. In its elongation and expressionistic distortion, this element is reminiscent of figures painted by Joan Miró and Pablo Picasso in the 1930s. Here the figure is barely particularized, appearing as a black flame or cleft in the blazing environment that surrounds it. Later it was to disappear entirely within the craggy, tenebrous abstractions for which Still is best known. The sphere, which interrupts the thrusting verticality of his tense lines in several of these early works, was also to vanish. Concern with the contrast of light and dark was to become increasingly important and was emphasized by jarring color juxtapositions. The canvas, already large in this example, was to reach monumental proportions and create an impact rivaling that of the viewer’s own environment.
The present painting is one of the few by Still bearing its original title. He disdained titles, and discarded those he had given to early works because he considered that they too strongly influenced the observer’s experience of the painting. Indeed, Jamais (French for “never”) lends an air of finality and melancholy to this scene and encourages one to read the figure as howling in protest or despair above a setting sun.
Lucy Flint
Daqui.
Olha quem indicou.
E eu achei maior bonito.
27.3.09
mp3.
nada como ouvir no surprises em plena avenida brasil e achar tudo mais bonito.
25.3.09
82 anos.
- GORZ, André. Carta a D.
*porque comprar esse livro no aeroporto por R$7 não tem preço.
Entrevista com o Radiohead na íntegra
Edgard entrevista Thom Yorke e Ed O´Brien - Parte 1
Edgard entrevista Thom Yorke e Ed O´Brien - Parte 2
Edgard entrevista Thom Yorke e Ed O´Brien - Parte 3
MULTISHOW - Como foi o clima da entrevista?
EDGARD - Eu tinha uma puta expectativa com relação à entrevista. A princípio, seria somente com Ed O’Brien, mas, no decorrer das conversa, fiquei sabendo que o Thom Yorke também falaria. Como ele é uma pessoa que não dá muitas entrevistas, isso só aumentou a minha apreensão. No final das contas, ele é um cara muito sensível e puro. Fiquei muito feliz e achei isso positivo.
Também achei legal eles não pedirem para olhar a pauta, para ter um domínio sobre o que responder. Fui com uma pauta e poderia perguntar o que bem entendesse. O fato de eles irem com a guarda baixa gerou uma cumplicidade. O cara percebe isso e acaba te dando uma resposta muito boa.
Quando vi o Thom brincando com o Ed, dentro de um contexto – não foi uma coisa gratuita de quem premeditou o riso, mas de quem estava bem por estar ali – a partir daí, consegui fazer um trabalho bom. Tanto no geral quanto nas minúcias, a entrevista foi muito importante para a minha carreira.
MULTISHOW - O fato de você ser gostar do seu entrevistado gera nervosismo?
EDGARD - Eu fico nervoso até certo ponto. Fico um pouco tenso no processo de preparação, mas vou me munindo de coisas e vou ficando à vontade com o assunto. Quando consigo estabelecer um domínio da minha pauta, ainda fico com aquela adrenalina que me acompanha, e que acho até benéfica, mas aí eu desencano e penso “vamos lá, estou pronto, vou tratar esse cara como uma outra pessoa qualquer e esse caminho vai me fazer buscar o melhor resultado.”.
Isso tem sido muito favorável e gratificante na minha carreira. Tem outros exemplos, como o Pearl Jam (o Eddie Vedder não dava entrevista há mais de 10 anos quando a banda veio ao Brasil) e o White Stripes.
MULTISHOW - Os fãs de Radiohead no Brasil são dedicados, sabem muito sobre a banda e também esperavam a vinda do grupo há anos. Você pensou nisso antes da entrevista?
EDGARD - Não pensei nisso, ainda bem. Senão acabaria sendo mais um elemento que poderia me atrapalhar. No final das contas, a gente conversou por quase 20 minutos. Eu não poderia fazer uma entrevista totalmente amistosa, falando apenas de amenidades e da passagem da turnê pelo Brasil, mas também não poderia entrar de cabeça em assuntos que só os fãs sabem. Então acho que acabou ficando num termo bom, atendeu quem não conhecia a banda e queria saber mais, e também quem conhecia.
Em show em São Paulo, Radiohead foi uma banda no ápice de sua maturidade.
Banda britânica mostrou virtuosismo e energia exata na execução.
Recentes ganharam nova textura, e banda não foi avarenta com sucessos.
Erick Brêtas Da TV Globo, em São Paulo*
O amigo Nelson Motta costuma dizer que, se o público da apresentação do Police no apertado ginásio do Maracanãzinho em 1982 fosse aferido pelos que hoje juram ter estado lá, o número passaria fácil dos 200 mil espectadores.
Seguindo esse raciocínio, daqui a uma década teremos meio milhão de brasileiros a jurar que estiveram na Chácara do Jockey no domingo, 22 de março de 2009.
Veja fotos do show
Um Radiohead pródigo (26 músicas no set list) fez o público de São Paulo se perguntar o porquê de tanta espera - ao mesmo tempo em que constatava que melhor momento não poderia haver para esse encontro. Thom, John, Colin, Ed e Phil foram uma banda no ápice de sua maturidade. Dominam seus instrumentos com virtuosismo e executam as músicas com energia exata.
Canções que conhecemos recentemente em "In Rainbows" ganharam texturas novas. Ao vivo, a excelente "Bodysnatchers" teve o pitch reduzido, ficou mais cadenciada, tornando explícito seu pezinho no blues. Ed e Johnny sujaram de distorções até mesmo a balada "House of Cards". Assisti à segunda apresentação da turnê europeia deste show (Dublin, 7 de junho do ano passado) e percebi ontem como "In Rainbows é" um trabalho vivo e pulsante para o Radiohead. Várias músicas mudaram e soam diferente nove meses depois. Será uma injustiça se esse álbum for lembrado no futuro mais pela mudança de paradigma no comércio musical do que por seu mérito artístico.
Mesmo tocando todas as canções de seu último disco, a banda não foi avarenta com os velhos sucessos. Sobre eles, aliás, os fóruns das redes sociais estão animados. Fã que é fã sempre quer mais, e muitos cobram músicas que não entraram no set list de ontem ("Como ousaram deixar de fora "How to disappear completely"? Procon neles, faltou "2+2=5"!).
De minha parte, senti a ausência de "Airbag", mas tenho que ponderar: quantos artistas no pop/rock atual oferecem, juntas numa mesma noite, preciosidades como "Karma Police", "Paranoid Android", "Pyramid Song", "There, There", "Idiotheque" e "Fake Plastic Trees"? Talvez você tenha respondido com três ou quatro grupos, o que obriga a refazer a pergunta: quantas bandas oferecem maravilhas como essas aí de cima E não estão apenas caçando níqueis para reformar o castelo do guitarrista ou pagar o divórcio do vocalista?
Ah, sim, ainda teve "Creep", essa espécie de "Ana Júlia" do Radiohead - com a diferença que os ingleses já passaram da fase de renegar música do começo de carreira.
Dezessete anos depois, "Creep" decantou como uma canção inocente fagocitada pela complexidade de "OK Computer" e o vanguardismo de "Kid A". Mas foi ela que alertou o mundo para existência de uns sujeitos novos e estranhos na cena indie. Ela forma um vínculo emocional com o público que viu a trajetória mais coerente de uma banda de rock nos últimos 20 anos. E ontem, na Chácara do Jockey, um coro de 30 mil vozes encerrou a noite acompanhando Thom Yorke no verso "I don't belong here" -- com a certeza de que, na verdade, não havia lugar melhor para se estar naquele momento.
24.3.09
Radiohead presenteia São Paulo com três bis
E o Radiohead levantou poeira. Tocando na Chácara do Jóquei, um descampado longe de tudo na capital, a banda inglesa viu a poeira subir ao enfileirar sucessos da carreira e fazer pular e cantar as 30 mil pessoas presentes ao Just a Fest.
Com setlist bem diferente do que rolou no Rio na sexta-feira, o quinteto fez os dois bis tradicionais e voltou ao palco uma terceira vez para encerrar a turnê brasileira com o megahit "Creep". Antes de começar a música, Thom ironizou: "Adivinhem qual é essa?".
Um dos momentos mais marcantes do show foi ao fim de "Paranoid Android", quando a plateia, já com a música terminada, voltou a cantar o refrão. O coro ganhou cada vez mais força, chamou a atenção da banda lá no palco e Thom voltou ao microfone e cantou um pedaço da música novamente com as 30 mil pessoas em estado de êxtase.
Entre as músicas que não estavam no repertório carioca, os destaques foram "Exit Music", "Optimistic" e a clássica "Fake Plastic Trees".
Radiohead para fãs – espera recompensada
Fãs brasileiros aguardavam banda inglesa havia mais de 12 anos.
Radiohead tocou músicas de todas as fases da carreira.
Se você está lendo esta resenha, é o tipo de pessoa que, de algum modo, vai saber responder à pergunta: “onde você estava quando o Radiohead tocou no Brasil?”. As respostas podem ser inúmeras: “Viajei de Recife para ver os dois shows”, “só fui no Rio”, “vi pela TV”, “fiquei do lado de fora negociando com cambistas”, “eu trabalhei”, “fiquei com raiva do preço (ou do tamanho do público, ou da distância do local do show) e resolvi passar o domingo em casa”.
Veja fotos do festival Just a Fest
Provavelmente deve ter alguma história sobre como conheceu a banda: comprou o CD importado do álbum “The bends” ou a edição nacional de “Ok computer” após ler alguma resenha, baixou por curiosidade o primeiro pirata de “Kid a”, ou fez download gratuito (e legal) de “In rainbows”. E deve ter aguardado ansiosamente, desde então, o dia em que a banda tocaria ao vivo no Brasil.
Mas como diria o quinteto inglês em uma de suas próprias canções, “true love waits” (“o amor verdadeiro espera”). E o Radiohead se esforçou em cada momento de seu show para fazer a espera valer. Começando pelo repertório: no primeiro bis, o set list inicialmente incluía “Wolf at the door”, mas a música foi trocada para “Fake Plastic trees”, um dos maiores hits do grupo no país.
Foi uma apresentação para fãs fiéis, daqueles que conhecem todas as músicas de “In rainbows” (o álbum de 2007 foi tocado na íntegra) ou a letra do lado b “Talk show host”, da trilha sonora do filme “Romeo + Juliet”. Em retorno, a banda sorria, pulava, dançava, olhava feliz e perplexa (como deve fazer noite após noite) para a plateia.
O Radiohead não é uma banda comum, e eles demonstram isso até na hora de fazer o público participar do show. Além das tradicionais palminhas e mãos para cima, a banda grava a própria plateia cantando e depois toca a gravação de volta, gerando momentos emocionantes como em “Karma police” e especialmente “Paranoid android”, quando a música virou um dueto entre o público e o vocalista Thom Yorke.
Mestre de cerimônias
Arriscando uns “obrigado” e “boa noitchi”, Yorke foi o mestre de cerimônias tímido que o som do Radiohead promete e precisa. Sorri, canta de olhos fechados, faz gestos para o público, dança desajeitadamente, fala pouco. Em um dos momentos mais estranhos e intensos do show, para em frente da câmera (uma das inúmeras espalhadas pelo palco, mistos de webcam com vídeo de segurança) instalada no piano, olhando fixamente enquanto canta “You and whose army” – vai se aproximando, e a lente parece que vai perfurar seu olho.
Desde “Kid a”, o Radiohead vem ensinando como se fazer rock sem usar guitarras – isso faz com que Ed O’Brian e Jonny Greenwood transformem-se em muilti-instrumentistas, tocando percussão, teclados, samplers e o que mais vier pela frente. Por outro lado, exploram o potencial das próprias guitarras – assim como Jimmy Page do Led Zeppelin, Greenwood chega a usar um arco de violino para tocar “Pyramid song”.
Além do telão mostrando as imagens das câmeras fixas apontadas para a banda, o palco também é adornado por uma série de colunas luminosas, que vão mudando de cor a cada nova música.
Mas o principal personagem do show foi o próprio público, reagindo entusiasmado o tempo todo a um som nem sempre convidativo ou “fácil”, pulando, acendendo isqueiros, pedindo músicas, dizendo que “o mundo pode acabar agora”, chorando, ficando no mais absoluto silêncio. Foi para aquelas duas horas e vinte minutos de show que cada uma das trinta mil pessoas esperaram por muito tempo (uns doze anos, outros nove, outros dois). E o pacto informal entre banda e plateia foi cumprido à risca: todos ali fizeram valer a pena, até o fim.
Set List
“15 step”
“There there”
“The national anthem”
“All I need”
“Pyramid song”
“Karma police”
“Nude”
“Weird fishes/ Arpeggi”
“The gloaming”
“Talk show host”
“Optimistic”
“Faust arp”
“Jigsaw falling into place”
"Idioteque"
“Climbing up the walls”
“Exit music”
“Bodysnatchers”
Bis 1
“Videotape”
“Paranoid android”
“Fake plastic trees”
“Lucky”
“Reckoner”
Bis 2
“House of cards”
“You and whose army”
“Everything is in the right place”
Bis 3
“Creep”
Mais aqui.
20.3.09
o gostoso da vida.
18.3.09
se..
*eu gostaria que ele acabasse domingo, durante o show.
ceis # 31
CINEMA
Circuitos Compartilhados
Vídeos experimentais e documentários recolhidos de coletivos de arte por todo o país serão exibidos na Sala Humberto Mauro entre 16 e 22 de março. A mostra faz parte do lançamento de uma série de DVDs, que resulta de ampla pesquisa em torno de intervenções que se situam na fronteira entre a arte e o ativismo.
Mais informações no site http://estilingue.sarava.org/
ARTE
A arte na rua e na net
Oi futuro promove um papo interativo com Warley Bombi, artista plástico e designer (gráfico e de web), no Museu das Telecomunicações no dia 19 de março. Mais informações em www.oifuturo.org.br
Deslocando o olhar
A exposição da artista mineira Flávia Bertinato acontece na Galeria Arlinda Corrêa Lima, no Palácio das Artes até o dia 31 de março. Figuração é uma exposição que articula os processos da formação da memória e lança questionamentos sobre o exercício do olhar, arrancando o cotidiano de seu contexto para vê-lo de um modo renovado.
REDE
Circuito audiovisual
O Guia de Festivais de Cinema e Vídeo Kinoforum conta agora com uma versão na internet. A publicação é como uma importante fonte de consulta sobre as movimentações do audiovisual no Brasil e no exterior (festivais, circuitos de exibição, leis de incentivo etc).
Picturapixel
Para quem se interessa por fotografia, vale conhecer esta revista eletrônica que, além dos comentários do blog e de artigos escritos por profissionais da área, apresenta diversos portfolios de fotografia.
Cia de Foto
Ainda para os amantes da fotografia: Cia de Foto é é o ponto de encontro de três fotógrafos que trabalham produzindo imagens para jornais, revistas e agências de publicidade com uma linguagem inovadora. É possível baixar de graça fotos de seus projetos pessoais postadas no flickr.
EDITAIS
Cajasol
Destinadas a artistas visuais ou coletivos artísticos de qualquer nacionalidade, as bolsas do projeto Cajasol da Espanha têm valor de 25.000 euros para custeio de itens de produção, viagens, alojamento, materiais e serviços. As inscrições vão até 31 de março de 2009.
Rumos
O Rumos Itaú Cultural – um importante edital de incentivo – está com inscrições abertas até dia 29 de maio. Podem se inscrever projetos de Arte Cibernética, Cinema e Vídeo, Dança e Jornalismo Cultural. Durante o período de inscrições ocorrerão palestras e debates pelo Brasil que podem ser acompanhadas pelo blog do programa.
Cinema e Meio Ambiente
O 11º FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental abrange produções em longa-metragem, média-metragem, curta-metragem e série televisiva que discutam a temática almbiental. O festival acontece de 16 a 20 de junho na Cidade de Goiás e tem inscrições abertas até o dia 23 de março.
Cenas Curtas
Em formato de mostra, 16 cenas de palco serão apresentadas ao público ao longo de quatro dias no 10º Festival de Cenas Curtas. As incrições para participar do evento vão até o dia 20 de março. Mais informações sobre o Festival, através do site www.galpaocinehorto.com.br
E...
Circuito de arte
O Instituto Inhotim abriga, entre os dias 20 e 21 de março, o seminário "Revisões e propostas: desafios para o circuito de arte brasileiro". O evento tem o intuito de debater as estratégias de inserção internacional da arte contemporânea brasileira.
Direitos Autorais
O especialista em direitos autorais na Internet, Ronaldo Lemos, disponibilizou, para acesso gratuito na internet, seu novo livro “Direito, tecnologia e cultura”. O autor é defensor, no Brasil, do Creative Commons, movimento que defende o uso do copyleft (o oposto do copyright): trata-se da regulação, pelos próprios autores, da forma como a obra deve ser distribuída. O livro pode ser baixado no site do Overmundo: http://www.overmundo.com.br/
21.1.09
7.1.09
dia bonito.
o dia estava amarelolaranja, suave... e enquanto caminhava anna começou a rir: a voz dele era a mais linda de todas, as risadinhas no pé do ouvido as mais gostosas... obeijonabocadolábioquente. anna sentia o coração inchar devagarzinho, como se estivesse se recheando com o creme de chocolate mais delicioso do mundo.
ela sabe que a saudade vai doer muito, os dias não serão mais tão bonitos.
mas ela sabe também que ele volta pra ficar com o coração melado no dela, nem que seja um dia...
ele volta.