8.10.05

Qual é você?

1. Personalidade psicopática

Autores psicanalíticos consideram a Psicopatia como sendo uma síndrome de Narcisismo Maligno. A estrutura de tipo narcisística do psicopata teria as seguintes características: auto-referência excessiva, grandiosidade, tendência à superioridade, exibicionismo, dependência excessiva da admiração por parte dos outros, superficialidade emocional, crises de insegurança que se alternam com sentimentos de grandiosidade. Portanto, dentro das relações de objeto (com os outros), seria intensa a rivalidade e inveja, consciente e/ou inconscientemente, refletidas na contínua tendência para exploração do outro, incapacidade de depender de outros, falta de empatia para com outros, falta de compromisso interno em outras relações.


2. Personalidade histérica


O transtorno histriônico de personalidade, ou histeria, é caracterizado por um comportamento colorido, dramático e extrovertido que se apresenta sempre exuberantemente. Os histriônicos tendem a exagerar seus pensamentos e sentimentos, apresentam acessos de mau humor, lágrimas e acusações sempre que percebem não serem o centro das atenções ou quando não recebem elogios e aprovações. Freqüentemente animados e dramáticos, tendem a chamar a atenção sobre si mesmos e podem, de início, encantar as pessoas com quem travam conhecimento por seu entusiasmo, aparente franqueza ou capacidade de sedução. Tais qualidades, contudo, perdem sua força à medida que esses indivíduos continuamente exigem o papel de "dono da festa", manifestando pronunciados traços de vaidade, egocentrismo, exibicionismo e dramaticidade. No afã de representar um papel que lhes é negado pela vida ou por suas próprias limitações pessoais, os histriônicos fazem teatro para si e para todos os demais, a sua grande platéia. Pode haver fases onde eles já não sabem onde termina a realidade e começa a fantasia, passando a acreditar em seus próprios mitos e em suas próprias encenações.

3. Personalidade borderline

As pessoas com transtorno borderline da personalidade são simpáticas e agradáveis aos outros, mas se comportam de maneira totalmente diferente com as pessoas de sua intimidade. São explosivas, agressivas, intolerantes, irritáveis, com tendência a manipular pessoas.... Somada à impulsividade, há perturbação variável da auto-imagem, dos objetivos e das preferências internas, inclusive a sexual. O paciente borderline freqüentemente se queixa de sentimentos crônicos de vazio. Há sempre uma propensão a se envolver em relacionamentos intensos mas instáveis, os quais podem causar nessas pessoas repetidas crises emocionais. Embora o borderline mantenha condutas até bastante adequadas em grande número de situações, ele tropeça escandalosamente em certas situações triviais e simples. O limiar de tolerância às frustrações é extremamente suscetível nessas pessoas.

3. Personalidade ansiosa


Os critérios para o diagnóstico do paciente com transtorno ansioso da personalidade são: a) sentimentos persistentes e invasivos de tensão e apreensão; b) crença constante de ser socialmente inepto, pessoalmente desinteressante ou inferior aos demais; c) preocupação excessiva em ser criticado ou rejeitado em situações sociais; d) relutância em se envolver com pessoas, a não ser quando absolutamente certo de ser apreciado; e) restrições ao estilo de vida devido à necessidade de segurança física; f) evitação de atividades sociais e ocupacionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de opiniões a seu respeito.

4. Personalidade obsessivo-compulsiva

Os critérios para diagnóstico do transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo podem ser agrupados da seguinte forma: a) sentimentos de dúvida e cautela exagerados; b) preocupação com detalhes, regras, listas, ordem, organização e esquemas; c) perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas; d) escrupulosidade excessiva com a produtividade, concomitante à quase exclusão do prazer; e) aderência excessiva a algumas convenções sociais; f) inflexibilidade, rigidez e teimosia; g) insistência para que os outros se submetam aos seus conceitos de valor em relação à maneira de fazer as coisas; h) evitam tomar decisões acreditando haver sempre outras prioridades; i) falta de generosidade e de sentimentos de compaixão e tolerância para com os outros; j) dificuldade em descartar-se de objetos usados.

5. Personalidade esquizóide

Este tipo de distúrbio é verificado em pessoas que exibem um padrão de afastamento social persistente, um constante desconforto nas interações humanas, uma excentricidade de comportamento e pensamento, isolamento e introversão. O esquizóide nos dá a impressão de desinteresse, reserva e falta de envolvimento com os acontecimentos cotidianos e com as preocupações alheias, normalmente ele tem pouca necessidade de vínculos emocionais. Este tipo de personalidade reflete interesses na solidão, em trabalhos solitários e em atividades não-competitivas. Por outro lado, estas pessoas são capazes de investir grande energia afetiva em interesses que não envolvam seres humanos e podem ligar-se muito aos animais.

6. Personalidade paranóide

A característica essencial deste distúrbio é uma tendência global e injustificável para interpretar as ações das pessoas como deliberadamente humilhantes ou ameaçadoras. Quase sempre há uma crença de estar sendo explorado ou prejudicado pelos outros de alguma forma e, por causa disso, a lealdade e fidelidade das pessoas estão sendo sempre questionadas. O portador deste distúrbio de personalidade pode interpretar acontecimentos triviais e rotineiros como humilhantes e ameaçadores, desde um erro casual no saldo bancário, até um cumprimento não efusivo podem significar atitudes premeditadamente maldosas. Há uma sensibilidade exagerada às contrariedades ou a tudo que possa ser interpretado como rejeição, uma tendência para distorcer as experiências, interpretando-as como se fossem hostis ou depreciativas, ainda que neutras e amistosas. Estas pessoas podem sentir-se irremediavelmente humilhadas e enganadas, conseqüentemente agressivas e insistentemente reivindicadoras de seus direitos. Supervalorizam sua própria importância, as suas idéias são as únicas corretas e seus pontos de vistas não devem ser contestados, daí a facilidade em conquistar inimigos e a tendência em pensamentos auto-referentes. São desconfiadas, teimosas, dissimuladoras e obstinadas, vivem numa solidão freqüentemente confundida com timidez, como se não houvesse no mundo pessoas com quem pudessem partilhar sua prodigalidade, dignidade e seus sentimentos elevados. As pessoas com transtorno paranóide da personalidade são extremamente sarcásticas em suas críticas, irônicas ao extremo nos comentários e contornam as eventuais situações constrangedoras recorrendo a artimanhas teatrais e chantagens emocionais. Não toleram críticas dirigidas a sua pessoa e qualquer comentário neste sentido é entendido como declaração de inimizade. Gostam de fantasiar mas têm dificuldades em distinguir a fantasia da realidade. Pessoas com estes distúrbios são hipervigilantes e tomam precaução contra qualquer ameaça percebida.

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