Ela não sabia praticamente nada. Andava assustada pelas ruas olhando para os lados. Era muito nova, sabia disso. Ate que um dia se esbarrou naquele corpo que se cobria com vestes pretas e apresentava suor na testa. Não disseram nada, apenas se olharam. Ela sabia. Ao continuar a caminhar, sentiu uma mão tocando a sua e, num impulso, juntou para si aquela mão delicada e tão feminina. Olhou para trás a fim de saber quem procurava lhe tocar, era ele. Ele sabia. Caminharam juntos durante horas. Foram muitos passos.
Anos se passaram, ela já sabia alguma coisa. Os passos que dava não eram mais ao lado dele, no entanto, seus pés, discretamente, às vezes, tentavam sair em busca daqueles outros pés, os pés dos tênis vermelhos. E lá estava ela, um dia de sol, muito sol. Encostada na parede, embaixo de uma tímida sombra, fumava um dos últimos cigarros do seu maço. Com o olhar perdido, tentava procurar algum sentido naquele céu imenso. Estava cansada de andar, muito cansada. Respirou fundo e se lembrou do moço dos tênis vermelhos. Por onde ele andaria?! Deu mais um trago e tentou se lembrar quantos anos havia se passado. Foi quando sentiu que uma pessoa acabara de sentar ao seu lado. Olhou com o canto do olho e sentiu seu coração explodir. Abaixou mais os olhos e não teve duvida, o tênis vermelho. Mordeu seus lábios e fechou os olhos: “teria ele se cansado de andar também?!”, pensou. E, com os olhos ainda fechados, se lembrou do dia em que se encontraram no cinema depois de terem se prometido nunca mais se tocarem. Ah! Os dois olhando para a telona enquanto suas mãos teimavam em se encontrar. O desejo que pulava, mordia. Abriu os olhos e continuou olhando para frente, fumando o cigarro. Ate que sentiu as mãos dele querendo tocá-la novamente, anos depois. Não disse nada, mas escutou ele dizendo baixinho:
- Estou cansado.
- Eu também.
- Andou muito?
- Demais e você?
- Imagino que o mesmo tanto, ou ate mais, que você.
- Você ainda usa seus tênis vermelhos?
- Você tinha um igual.
- Eu tenho.
Calaram-se. Ele acendeu um cigarro e depois de 3 tragos:
- Com quantos anos você está?
- 25. E você?
- 32.
- Entendo seu cansaço.
- Eu sei disso. Também entendo o seu. Está assim tem muito tempo?
- Não sei, na verdade. E você?
- Há quase 10 anos. Tem quanto tempo que não nos víamos?
- 9 anos e meio.
- Acho engraçado pensar que nunca pude te chamar de minha namorada.
- Não nos demos uma chance.
- Sei que contribui muito com isso, mas quem...
- Não comece a jogar na minha cara, você sabe que eu era nova demais.
-
- Não gostei de nenhuma namorada que você teve.
- Você não conheceu nenhuma, como pode falar isso?
- Olha pra você que vai me entender.
- Não, você está errada, não me cansei por causa delas, foi por mim mesmo.
- Eu também, me cansei por mim.
- A sua cama ainda é a mesma?
- Aham, e a sua?
- Também.
Anos se passaram, ela já sabia alguma coisa. Os passos que dava não eram mais ao lado dele, no entanto, seus pés, discretamente, às vezes, tentavam sair em busca daqueles outros pés, os pés dos tênis vermelhos. E lá estava ela, um dia de sol, muito sol. Encostada na parede, embaixo de uma tímida sombra, fumava um dos últimos cigarros do seu maço. Com o olhar perdido, tentava procurar algum sentido naquele céu imenso. Estava cansada de andar, muito cansada. Respirou fundo e se lembrou do moço dos tênis vermelhos. Por onde ele andaria?! Deu mais um trago e tentou se lembrar quantos anos havia se passado. Foi quando sentiu que uma pessoa acabara de sentar ao seu lado. Olhou com o canto do olho e sentiu seu coração explodir. Abaixou mais os olhos e não teve duvida, o tênis vermelho. Mordeu seus lábios e fechou os olhos: “teria ele se cansado de andar também?!”, pensou. E, com os olhos ainda fechados, se lembrou do dia em que se encontraram no cinema depois de terem se prometido nunca mais se tocarem. Ah! Os dois olhando para a telona enquanto suas mãos teimavam em se encontrar. O desejo que pulava, mordia. Abriu os olhos e continuou olhando para frente, fumando o cigarro. Ate que sentiu as mãos dele querendo tocá-la novamente, anos depois. Não disse nada, mas escutou ele dizendo baixinho:
- Estou cansado.
- Eu também.
- Andou muito?
- Demais e você?
- Imagino que o mesmo tanto, ou ate mais, que você.
- Você ainda usa seus tênis vermelhos?
- Você tinha um igual.
- Eu tenho.
Calaram-se. Ele acendeu um cigarro e depois de 3 tragos:
- Com quantos anos você está?
- 25. E você?
- 32.
- Entendo seu cansaço.
- Eu sei disso. Também entendo o seu. Está assim tem muito tempo?
- Não sei, na verdade. E você?
- Há quase 10 anos. Tem quanto tempo que não nos víamos?
- 9 anos e meio.
- Acho engraçado pensar que nunca pude te chamar de minha namorada.
- Não nos demos uma chance.
- Sei que contribui muito com isso, mas quem...
- Não comece a jogar na minha cara, você sabe que eu era nova demais.
-
- Não gostei de nenhuma namorada que você teve.
- Você não conheceu nenhuma, como pode falar isso?
- Olha pra você que vai me entender.
- Não, você está errada, não me cansei por causa delas, foi por mim mesmo.
- Eu também, me cansei por mim.
- A sua cama ainda é a mesma?
- Aham, e a sua?
- Também.
7 comentários:
um passado intensamente presente, né?
um sentido que provoca sensações
um sentido que dá o sentido.
uma hora a gente cansa de se cansar. mas aí depois dá uma saudade que não tem jeito.
(o axl rose é pq eu costumo fazer um trocadilho. sempre que vou falar que algo é asqueroso eu falo que é axl rose. hehehe. idiota, né?)
ui!
então tá né.. ¬¬
olha so, que boa a sua visita, que me fez vir ate vc e conhecer seu blog tao bonito e delicado.
tênis podem ser muito problemáticos [especialmente se for um all star]
'Não nos demos uma chance'. Isso martela na minha cabeça...
PS: Não gosto de J Quest... só quis mostrar a 'diversidede' hehe
=****
não gosto de pensar que o amor vai continuar existindo depois de nove anos e meio. prefiro acreditar que ele acabou depois de dois ou três dias.
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