treze de setembro

ele se sentou naquele vazio, tateou tudo o que se encontrava ao seu redor e respirou fundo. talvez tudo aquilo seria puramente fruto da sua ingênua imaginação, mas sabia que nunca teria essa certeza.
amou demais, sentiu demais e não sabia para onde fugir. não, não iria procurá-la. o motivo? não queria saber, mas sabia que não a veria novamente.
o palimpsesto sobre o seu eu original estava escasso. calava-se.
acendeu um cigarro e o seu olhar, perdido naquela escuridão, se sentia completo, o preto lhe falava mudo. foi quando fechou os olhos e a viu. desesperado abriu os olhos e respirou fundo mais uma vez, ela não estava lá.
mas involutariamente fechou os olhos de novo. nenhum vestígio dela, manteu-se daquele jeito. depois de alguns minutos tateou novamente o que se encontrava ao seu redor. percebeu os seios, o quadril. manteu-se estático. começou a cheirar o cheiro que sempre lhe incomodou. começou a suar frio, seus olhos não se abriam. ele queria enxotá-la dali, porém não conseguia. passou a se debater até cair da cadeira, desmaiou.
acordou. levantou-se e percebeu que estava meio zonzo. coçou seus olhos, eles dóiam muito. acendeu a luz. olhou ao seu redor, não entendeu o que viu: cartas e fotos rasgadas, espalhadas pelo chão e uma cadeira caída. acendeu um cigarro. não se lembrava de nada. enquanto fumava olhava tudo aquilo e sentia o branco atingi-lo. o branco mais sublime.
abriu a porta.